domingo, 14 de outubro de 2012

A vida é tão maravilhosa...


"Diariamente eu chego a simples conclusão de que a vida é tão
maravilhosa porque também é feita de colos, de feridas que 
cicatrizam, de amigos que celebram ou choram junto, de café
coado com coador de pano, de gente que pega ônibus ou faz
caminhada pela manhã, de quem planta o que se pode comer,
de vizinhos que alimentam seus gatos com comida de gente.
Que a vida é feita de algumas pessoas que direcionam todo
o seu potencial criativo para melhorar a qualidade de vida
de gente que elas nem conhecem. Que é feita de e-mails que
chegam recheados de saudades e de cartas extraviadas
solitárias numa gaveta de um correio qualquer. De muros 
e pontes e cais. De aviões que suprem distâncias e de barcos
que chegam. De bicicletas que atravessam cidades. De redes
que balançam gente. De rostos que recebem beijos.  De
bocas que beijam. De mãos que se dão. Que existem
pessoas altamente gostáveis, altamente rabugentas,
altamente generosas, pessoas distraídas que perdem
as coisas, mal-educadas que buzinam sem necessidade,
pessoas conectadas que se preocupam com o lixo, pessoas 
apaixonadas e apaixonantes, pessoas possíveis e impossíveis,
pessoas que se entregam, pessoas que se privam, pessoas
que machucam, pessoas que chegam pra curar, 
desencadeadores de poemas, de sorrisos, de lições de vida 
que ficarão guardadas para sempre... A vida é tão maravilhosa
 porque ela nos  compensa com ela mesma"

(Marla de Queiroz)




quinta-feira, 19 de julho de 2012

A flor da pele


"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de 
sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e
tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda a sinceridade. Essa
sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar
o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de 
uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de 
ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a 
maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a
indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa
vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre
 de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que
não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa
possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, 
com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa
incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que
também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar buquês de
sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de
vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo
que  possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser.
Pra toda vida. Eu já tentei ser diferente, por medo de doer, 
mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."

(Ana Jácomo)

domingo, 1 de julho de 2012

Com o coração


"Hoje eu não quero conversas vestidas de uniforme. Diálogos
impecavelmente arrumados que não deixam o coração à mostra.
As palavras podem sair de casa sem maquiagem. Podem surgir com
os cabelos desalinhados, livres de roupas que as apertem, como se
tivesse acabado de acordar. Dispensa-se tons acadêmicos, defesas
de tese, regras para impressionar o interlocutor. O único requinte deve ser o
 sentimento. É desnecessário tentar entender qualquer coisa. Tentar  
solucionar qualquer problema. Buscar salvamento para o quer que seja.
(...)
Hoje me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto
que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem 
a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que 
traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados
por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente
está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços,
sem nenhum compromisso chato a nossa espera. A gente já brincou tanto de 
faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente se esqueceu como se
chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite
dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza,
abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se
quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar
 de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.
(...)
Senta perto e me conta o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez
e o que sente quando olha para ele, tantas vezes depois. Se tinha jardim na casa
da sua infância, me diz que flores riam por lá. Conta há quanto tempo não vê uma 
joaninha. Se tinha algum apelido na escola. Se consegue se imaginar bem velhinho.
Fala da sua família, a de origem ou a que formou. Das pessoas que não têm o seu
sobrenome, mas são familiares pra sua alma. Fala de quem passou pela sua vida
e nem sabe o quanto foi importante. Daqueles que sabem e você nem consegue 
dizer o tamanho que têm de verdade. Fala daquele animal de estimação que deitava
junto a seus pés, solidário, quando você estava triste. Diz o que vai ser bacana 
encontrar quando, bem lá na frente, olhar para o caminho que fez no mundo, em
retrospectiva.
(...)
Não precisa ter pauta, seguir roteiro, deixa a conversa acontecer de improviso, uma
lembrança puxando a outra pela mão, mas conta de você e deixa eu contar de mim.
Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. Escuta o que eu digo
quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. Não antecipe as minhas palavras.
Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer
a minha razão se arrumar toda para responder. Uma conversa sem vaidade, ninguém
quer saber qual história é a  mais feliz ou a mais desditosa."
(...)
Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também das coisas bacanas da vida.
As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente
vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um 
amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser bondoso, honesto, 
afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde os nossos olhos já pousaram e
daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de
coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como
faz. Um amigo para se conversar com o coração.
(...)
E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco
um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem
vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente
olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu.
Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras." 

(Ana Jácomo)




sábado, 30 de junho de 2012

Depois de tantas buscas...



"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros acho que a minha mais
sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando
na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo convivendo com
muitas perguntas que o tempo não respondeu e com ausência de qualquer
garantia de que ele ainda responda. É me sentir confortável, mesmo 
entendendo que as respostas que tenho mudarão, como tantas já 
mudaram , e que também mudarei,  como eu tanto já mudei.

A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos,
embaraços, inabilidades, lições de toda espécie. De vez em quando 
tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e
prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma.
Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar."

(Ana Jácomo)


sábado, 16 de junho de 2012

Que assim seja...


"Desejo que haja cumplicidade. Que o entendimento aconteça no olhar.
Que as palavras sejam estilingues e não pedras. Desejo que haja
tolerância e muita paciência. Que os defeitos de um, não machuquem
o outro. Que as qualidades de um, não ofusquem o outro.
Desejo que o tempo seja generoso. Que os dias passem em paz.
Que as noites sejam de festa. Desejo que a rotina não seja cruel.
Que a paixão seja sempre descoberta. Que o abraço seja 
sempre conforto. Desejo que as vontades caminhem sempre
de mãos dadas. Que as diferenças e distâncias só sirvam para
aproximar. E que a fé no amor, seja a salvação para todos os dias."

(Briza Mulatinho)

sábado, 9 de junho de 2012

A minha essência...


"Se alguém me perguntar quando comecei a sentir a minha 
vida mais interessante, eu tenho a resposta na ponta da língua:
quando comecei a me interessar mais por mim. A ser mais
gentil comigo. A dar menos espaço ao que não tem importância
e a respeitar o tamanho do que, de fato, me importa. A querer
me conhecer melhor. A ter menos pressa pra chegar sei lá onde.
A apurar o ouvido pra sentir a música das coisas mais simples,
que cantam bonito e muitas vezes baixinho. Quando comecei
a me enjoar da mania de tentar entender tanto e abri o
coração para apreciar mais. Quando comecei a buscar
conforto em estar na minha companhia."

(Ana Jácomo)


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Seja o autor da sua história


"...tem dia que põe vírgula, tem dia que põe reticências, tem dia
que põe ponto final e tem dia que tem a necessidade de virar a
página. O tempo todo nós fazemos a experiência de escrever
a vida que somos nós, e o mais bonito: nós temos o direito
de escolher como vamos pontuar esse texto, porque DEUS
trabalha o tempo todo no nosso coração assim, para que a
gente aprenda a escrever, para que não venha ninguém 
escrever por nós e mesmo que alguém passe pela nossa
vida, que apenas deixe detalhes no seu texto porque o 
autor é você, e o mais bonito é que tudo está sendo 
inspirado por ELE."

(Pe. Fábio de Melo)

domingo, 6 de maio de 2012

Na plenitude do meu ser


"De repente, estou só. Dentro do parque, dentro do bairro,
dentro da cidade, dentro do estado, dentro do país, dentro
do continente, dentro do hemisfério, do planeta, do sistema
solar, da galáxia - dentro do universo, eu estou só. De 
repente. Com a mesma intensidade estou em mim. Dentro
de mim e ao mesmo tempo de outras coisas, numa 
sequência infinita que poderia me fazer sentir grão de
areia. Mas estar dentro de mim é muito vasto."

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Quem eu sou...


"Talvez eu seja um pouco de tudo que já li. Um pouco de
tudo que o meu olhar já aprendeu do mundo. Um pouco
das belas músicas. Um pouco daqueles que me são queridos.
Um pouco de múltiplos sentimentos e algumas fraquezas.
Talvez eu seja um pouco do que você deixou em mim, mas
em essência, o muito da minha essência, é algo delicado
e misterioso..."

(Rubem Alves)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Depois de um tempo...


"Depois de um tempo, quando a sensibilidade incide, o nosso
entusiasmo se volta para dentro. Porque o nosso melhor se
movimenta. Depois de um tempo, quando tudo se reinventa
dentro da gente, você percebe que tudo o que é muito simples
e pequeno, tem uma beleza muito caprichosa. Por isso que
ficamos maiores quando perseveramos. Por que, no final, a
resposta é sempre o amor de DEUS nos alargando. É sempre
a nossa capacidade de amar de novo que vem à tona. Por que
 depois de um tempo, a gente não precisa justificar a sorte com
 o acaso.A gente quase não precisa de sorte.

(Priscila Rôde)


sábado, 28 de abril de 2012

Pelas estradas da vida


"Dou muitas voltas dentro do pouco que sei para justificar
a textura desse novo sentimento. E se fico em mim por tanto
tempo, é porque gosto de um descansar macio. Gosto do que
é imenso mesmo quando ele se revela tão pequeno, mesmo
quando ele é tão mansinho. Dou muitas voltas dentro do muito
que sinto para ampliar as minhas porções de poesia. E se fico
em mim por pouco tempo, é porque estou verdadeiramente
disposta a apagar uma realidade que me anula. Porque gosto
do que é imenso mesmo quando ele é invisível, mesmo quando
machuca. É que quando estou em mim, não tenho tamanho,
 só cresço. E me continuo..."

(Priscila Rôde)

sábado, 14 de abril de 2012

Chegada do Outono


"Não percebi a chegada do outono. Mas eu sentia que estava
embarcando numa nova estação: todas as árvores que (não)
plantei, de repente, estavam nuas. E eu caminhava num tapete
de folhas e flores. Os caminhos também se estreitaram e tive
um sucessão de perdas, ou melhor, tive uma sucessão de trocas.
E assim, como toda pessoa que tem um coração pulsando,
fiquei assustada demais com as mudanças. Mas agora já 
consigo perceber a beleza na nudez de cada uma das 
minhas árvores prediletas. Elas apenas estão trocando
de roupa enquanto eu troco de pele, tamanha 
cumplicidade."

(Marla de Queiroz)

sábado, 31 de março de 2012

A gente precisa aprender a se reinventar


"O tempo, de vento e vento, desmanchou o penteado 
arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes 
descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me 
assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura.
A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa aprender
a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois
de cada noite longa escura. De duvidar até acreditar com o coração
isento das crença alheias. A  gente precisa saber criar espaço, não importa
o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não 
envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar 
das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é de deixar de ser
 sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender
 a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, 
florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.

Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo,invariavelmente.
 Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus 
caminhos todos, vestidos de tantos jeitos,algumas vezes disfarçados de dor.

Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já posso notar,
mas ainda não passei acreditar em acaso."

(Ana Jácomo)





sábado, 24 de março de 2012

A força que vem de dentro de você


"O que revela a nossa força não é sermos imbatíveis,
incansáveis, invulneráveis. É a coragem de avançar,
ainda que com medo. É a vontade de viver, mesmo
que já tenhamos morrido um pouco ou muito, aqui e 
ali, pelo caminho. É a intenção de não desistirmos de
nós mesmos, por maior que às vezes seja a tentação.
São os gestos de gentileza e ternura que somente os
fortes conseguem ter."

(Ana Jácomo)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Querer é poder


"Sigo a vida conforme roteiro, sou quase normal por fora,
para ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e
questiono. Não quero uma vida pequena, um amor
pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. 
Eu quero mais que isso.
Quero o que não vejo. Quero o que não entendo.
Quero muito e quero sem fim. Não cresci para
viver mais ou menos, nasci com dois pares de 
asas, vou aonde eu me levar. Por isso,
não me venha com superfícies, nada raso
me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar
de roupa e tudo no infinito que é a vida.
E rezar - se ainda acreditar - pra sair 
bem melhor do outro lado de lá."

(Fernanda Mello)

sábado, 17 de março de 2012

Passo a passo



"Chega um momento, depois de algum caminho percorrido,
em que a gente pode até considerar que avançou menos do
que supunha, mas entende ter avançado o máximo que 
conseguiu até então. E a gente agradece, com gentileza e
compaixão por todos os caminhantes, porque somente quem
caminha sabe o valor, o tamanho, a conquista, de que é feita
a história de cada único passo. Há quem pare no meio da
estrada e se enrede no suposto cansaço que mete o medo
de prosseguir. Há quem corra tão freneticamente de si mesmo
que nem percebe a paisagem ao seu redor. Há quem pareça
recuar dois passos para cada um alcançado. No fim das contas,
todos avançam, de uma forma ou de outra, ainda que, aos
próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível.
E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar
com mais atenção, respirando os sentimentos singulares
de cada passo, a gente percebe que não há um lugar 
exatamente onde chegar. Nos somos o lugar. A gente
percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir
também da viagem e que essa forma é mais hábil e 
generosa de avanço. Não há movimento que se 
assemelhe àquele que nasce de um coração
contente."

(Ana Jácomo)


sábado, 10 de março de 2012

Tempos de mudanças


"Aprendi com os pássaros, e reaprendendo sempre comigo,
que o tempo da muda sempre passa, como acontece com
tudo. Que vale a pena confiar na chegada do novo que a 
natureza tece, silenciosamente, para os todos seres, e que
ele chega, por mais que às vezes demore um pouquinho e 
até pareça que não. Que a mudança é o que existe de mais
natural, inevitável e necessário para toda forma de vida,
apesar do nosso grande receio do desconhecido. Que até
o novo nascer é necessário viver essa travessia feita de 
espera, promessa e espanto com a máxima sabedoria e
generosidade que conseguimos. Que até o novo nascer
há que se ter cuidado com a delicadeza desse momento
de desapego ao que não é mais e de esperança pelo que
será. As árvores floridas viveram seus invernos, ficaram 
nuas, quem sabe sentiram frio a beça, mas, olhando
para elas, quem diz?"

(Ana Jácomo)


sexta-feira, 9 de março de 2012

Como eu gostaria!


"As vezes eu queria adiantar os ponteiros do relógio que
marca o curso da vida. Queria dá um pulinho lá no futuro
pra saber como vai ser. Na certeza de que os planos vão 
dar certo eu fico desejando adiantar o passo pra viver
tudo o que eu ainda espero. Mas é só mais uma dessas
bobagens que passam pela minha cabeça. Eu sei que cada
coisa tem sua hora, tem seu rumo, seu curso e no fundo
eu não quero adiantar as horas, quero viver um dia de
cada vez, e acreditar que o futuro vai ser bem melhor
do que um dia eu imaginei."

(Monalisa Macedo)

domingo, 4 de março de 2012

Você sabia?


"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da 
medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos
amedronta. Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser
brilhante, atraente, talentoso e incrível?"
Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...
Bancar o pequeno não ajuda o mundo.
Não há nada de brilhante encolher-se para
que as outras pessoas não se sintam inseguras em
torno de você. E à medida que deixamos nossa
própria luz brilhar, inconscientemente damos
às outras pessoas permissão para fazer o mesmo."

(Nelson Mandela)


sábado, 25 de fevereiro de 2012

É preciso recomeçar a viagem, sempre


"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E 
mesmo estes podem prolongar-se em memória, em 
lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na
areia da praia e disse: "Não há mais o que ver", sabia
que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o
começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, 
ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que
se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite,
com o sol onde primeiramente a chuva caia, ver
a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou
de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso
voltar aos passos que foram dados, para repetir
e para traçar caminhos novos ao lado deles.
É preciso recomeçar a viagem, sempre."

(José Saramago)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Permita-se comemorar pelas suas pequenas vitórias


"Deslizo pelos dias, tantas comemorações, minha vida esse
raio de sol que não cessa. Já escrevi muita coisa triste, já perdi
tanta coisa com resignação e até com destreza.
Agora nem me apavoro, toda dor é só um sopro em meio
ao que vislumbro de possibilidades. Criatividade, eu aprendi,
é inventar alternativas quando não se tinha. Onde não se via.
Por enquanto, só o que tem me preocupado são as novas
regras ortográficas, já que palavras compõem meus fatos,
meus sonhos, minhas narrativas. E se eram os hifens,
que me separavam do meu amor próprio, tenho tudo
que preciso agora: tanto autorrespeito."

(Marla de Queiroz)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Existem momentos na vida


"Há momentos em que tudo o que a gente precisa é dar colo para o próprio coração. Aconchegá-lo. Deixar que perceba que naquele instante todas as outras coisas podem nos esperar um pouco; ele, não. Ele é o nosso rei e o nosso reino. O papel para desenho e a caixa de lápis de cor. A música e a orquestra. Nossa bússola e nosso mar. A flor, o pólen, a borboleta, ao mesmo tempo. A colméia e o mel. O centro onde tudo principia e para o qual tudo converge. Ele não pode esperar.

O coração da gente gosta de atenção. De cuidados cotidianos. De mimos repentinos. De ser alimentado com iguarias finas, como a beleza, o riso, o afeto. Gosta quando espalhamos os seus brinquedos no chão e sentamos com ele para brincar. E há momentos em que tudo o que ele precisa é que preparemos banhos de imersão na quietude para lavarmos, uma a uma, as partes que lhe doem. É que o levemos para revisitar, na memória, instantes ensolarados de amor capazes de ajudá-lo a mudar a frequência do sentimento. Há momentos em que tudo o que precisa é que reservemos algum tempo a sós com ele para desapertá-lo com toda a delicadeza possível."

(Ana Jácomo)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O importante é semear


"Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos
os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro 
de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra
vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear."

(Cora Coralina)